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"Essa tal felicidade"

Foto do escritor: Lívia dos Santos PaulaLívia dos Santos Paula

Atualizado: 26 de out. de 2021


Cotidianamente ouço nas sessões desabafos e reivindicações sobre "essa tal felicidade". Nesses momentos, o conteúdo que se segue às lamúrias, são as comparações. “Mas, ‘poxa’, o Fulano é tão feliz, faz tantas coisas legais, está sempre numa boa”. O trabalho do dito Fulano é legal, o relacionamento amoroso dele é super legal, a casa dele é simples, mas é aconchegante, a comida é melhor, os filhos são lindos. E segue “tudo para o Fulano é fácil, queria ver se tivesse a minha vida!”

A vida do Fulano não é fácil não! Ele não faz coisas mega legais e interessantes que o deixam muito feliz porque sua vida é mais fácil. Nosso amigo Fulano parece, e talvez seja, mais feliz – se é que felicidade possa ser mensurada - porque se dedicou e se dedica muito para isso. Sim, essa tal felicidade exige dedicação e esforço, dá um trabalho danado! Não se trata de um emprego com uma alta carga horária diária.

Trata-se de se dar ao trabalho de ser gentil, paciente, perseverante, honesto, carinhoso, dedicado, criativo, amável e muito mais. E tudo isso exige demais de quem opta por esse caminho. É necessário frear os ímpetos agressivos para tal, não só os seus próprios, mas também saber impor limites aos outros. Isso não quer dizer que aquele se que se queixa não se esforce, mas seus esforços estão indo na direção errada. Sua energia é mal empregada, seus impulsos estão muito livres, pois falta objetivo. Se a felicidade é um objetivo, é preciso saber do que ela é composta e lutar por isso. Cada um tem o seu jeito de ser feliz, não adianta comparações com a vida do Fulano. Mesmo porque, o motivo da comparação não são os aspectos materiais da vida dele, mas aquele ar de leveza e sorriso de canto de boca, expressão óbvia, inconfundível e indisfarçável de contentamento.

Aquele que se julga infeliz sente-se vítima do seu dia, sua semana, seu mês e precisa reclamar. Não se engane, o feliz também fica muito cansado, exausto ao fim do dia, da semana, do mês. Mas, decide tomar um banho, conversar, dormir e pronto, estará minimamente descansado para um novo dia de muita dedicação. Sabe que colherá a cada instante pequenos momentos de contentamento e são eles que alimentam "essa tal felicidade..."


Lívia dos Santos Paula

CRP 12/08775

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