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Porque evitamos a felicidade

Atualizado: 26 de out. de 2021

Muitas pessoas fracassam quando estão bem perto de alcançar o que consideram felicidade. Afinal, quando chegar lá, o que virá depois? Sabe-se que nada é para sempre!

A certeza da finitude de algo pode colocar muitas pessoas numa posição de buscar incessantemente sem nunca alcançar. Não alcançar é a única maneira de não perder. Abre-se mão da felicidade já antevendo que a mesma será perdida em algum momento.

Então, todo esse jogo emocional sobre ter a felicidade e perdê-la, desperta aquela ansiedade tremenda, temida e geralmente rejeitada. E aí já era! A pessoa ansiosa não sente o presente, não pensa no passado, apenas prevê o futuro, geralmente de maneira exagerada, catastrófica e errônea.


Não estou falando da contemplação do desejado, que é positiva e importante para avançar, mas de pensamentos tortuosos guiados pelo medo e não mais pelo desejo. E aí o devaneio, quase delirante chega, acredita-se que ao alcançar a felicidade despertará no outro a inveja, a fúria e tantos outros sentimentos negativos. A felicidade nem chegou e o outro passa a ser uma ameaça. Neste pensamento desenfreado sua felicidade é destruída, esmagada. E para evitar essa aniquilação da felicidade, a dor da destruição, essas pessoas estagnam, começam a se boicotar. A chegada da felicidade passa a despertar angústia e não prazer, então, desiste.


Estagnada e crente de que sua vida não tem jeito, de que a felicidade é inviável, passa a ser melhor fantasiar em segredo uma vida feliz. Na fantasia, sem ação, a felicidade está distante do perigo do outro invejoso, está a salvo.


Vamos à realidade das coisas, não é que as pessoas sejam más, no entanto, é comum sim que haja certa desestabilização do grupo quando alguém se destaca. E até mesmo uma espécie de luto por ter perdido um igual, uma coisinha estranha misturada ao regozijo pelo sucesso alheio. Por isso, às vezes escapam críticas nada construtivas ou piadinhas sarcásticas, por exemplo. Só que isso passa! Funciona assim, mas paralisar-se diante disso ou seguir é uma escolha de cada um. Cada um banca o ônus e o bônus de sua própria felicidade..


E tem outra coisa na felicidade, ela pode despertar alguma angústia sim. Angústia vem quando se está desamparado diante do novo, mesmo que esse novo seja bom. É preciso aprender a lidar com isso, pode dar frio na barriga e nó garganta, mas é o preço. Ou se paga, ou se retrocede.


Ser feliz não é uma tarefa fácil, é preciso coragem, por isso, fica a questão “quem de nós é corajoso o suficiente para ser feliz?”


Lívia dos Santos Paula

CRP 12/08775



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